terça-feira, 9 de junho de 2009

"O clube do Imperador" por Maria da Gloria Azevedo


O Clube do Imperador (The Emperor’s Club). 2002. EUA. Direção: Michael Hoffman. Com: Kevin Kline, Emile Hirsch,. Gênero: Drama. Duração: 109 minutos. Baseado no Conto The Palace Thief, de Ethan Canin.

O filme relata um drama de um competente professor de história chamado William Hundert (Kevin Kline), que há muitos anos leciona em um colégio interno. Sempre dedicado, o professor forma “o Clube do Imperador” para estudar cultura grego-romana. Nesse clube, o professor tenta moldar a personalidade dos alunos usando os bons exemplos dos personagens históricos.
O caráter ilibado do professor entra em choque quando se depara com o arrogante aluno, Sedgewick Bell (Emili Hirsch), filho de um senador rico em sem escrúpulos. O aluno faz o que bem entende na escola, pois sabe da importância e influência do pai. Hundert vê nesse aluno como um desafio, e começa a prepará-lo para o concurso do “Senhor Julio César”. O professor fica impressionado ao perceber um esforço de Bell em sair-se bem na competição, estudando para tirar boas notas em cada uma das provas classificatórias.
Nesse desafio, o professor acaba, desonestamente, forjando uma classificação no concurso, desviando-se de seu caráter reto para tentar aproximar-se do garoto e passar-lhe seus conceitos. Com muita ajuda e estímulo do professor, Bell chega à fase final do grande concurso. Hundert descobre, contudo para seu desgosto, que Bell estava colando nas perguntas. O professor abalado e incrédulo não se conforma com a situação. Terminando o concurso Hundert sente-se fracassado e traído na tentativa de mudar o comportamento do garoto. Passados alguns anos, depois de todos os alunos da então turma se formarem, uns empresários e outros advogados, o professor recebe uma carta de Bell, convidando-o para passar um final de semana em seu resort. Bell dizia-se um novo homem, e que gostaria de uma nova final do “Julio César” contra seus mesmos colegas, dirigida pelo professor. Hundert enche-se de orgulho, acreditando que o tempo foi capaz de disseminar caráter e honestidade no garoto que havia se tornado homem. Mas Bell trai novamente a confiança do professor. Hundert reconhece sua falha como professor diante de Bell. Entretanto, diante de todos os seus ex-alunos, percebe que cada um deles, além de ocuparem importantes cargos, eram homens honestos.
O filme nos transmite muitas mensagens importantes. Um dos temas a ser claramente abordado é a questão da ética e da honestidade, valores que se aprendem quando criança, pelo qual a atual sociedade esta cada vez mais deixando de lado, fazendo com que predomine o egoísmo e o egocentrismo.
A história de um bom educador pode-se prolongar e até se imortalizar nas vidas por ele conduzida nos muitos caminhos da aprendizagem, pois os modelos de educadores deixam marcas no intimo do aluno, podendo desenvolver a facilidade e o amor pela aprendizagem, quanto dificultar e brotar desprezo pelo mesmo.
Faz-se refletir sobre nossos atos, e que não se deve desistir de nossos objetivos, mesmo quando os contratempos parecem impedi-los. Como no caso do professor, deve-se espelhar em cada um dos resultados bons e positivos de nossos esforços, e não frustrar-se com objetivos que não foram conquistados, preocupando-se, todavia, em sempre fazer o melhor possível para que cada um deles seja alcançado, pois aluno arrogante sempre existirá, porém a esperança na educação deve persistir. Assim fica o conselho de Aristófanes citado num dos empolgantes diálogos do filme: "A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre.

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